Noites de Lisboa
A noite veste um lindo vestido
cheio de luzes psicadélicas
espalha a cor em tom sofrido
a sua alma esquizofrênica.
Apanha o barco para a margem sul
o Tejo cobre toda a planície
a maré enche de água azul
o cheiro a Lisboa fica à superfície.
Bêbeda com as suas tristezas
espreita as pernas nocturnas
solta piropos à sua beleza
é o seu álcool, suas prosas difusas.
Ainda a noite é pequenina
franzina, a cheirar a leite
Lisboa é concertina
sardinha com muito azeite.
Amante da vida nocturna
a noite não pede descanso
retorna à vida diurna
espanta o galo, esvoaça o ganso.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
Sem comentários:
Enviar um comentário