As folhas estavam caídas,
Como se as árvores estivessem a morrer,
No chão, sinais de lágrimas escorridas,
Embora não estivesse a chover.
Fui devagar, muito devagarinho,
Como quem não quer a coisa,
Tal e qual como um passarinho,
Que no ramo da árvore poisa.
Senti um ligeiro abanão,
Parecia o vento a sacudir-me,
Era uma árvore a dizer-me que não,
Que não queria, sequer sentir-me.
Então, dei um saltinho de pardal,
E voei até outra primavera,
Atravessei todo aquele temporal,
Avistei alguém à minha espera.
A tarde estava soalheira,
Do alto de um raminho,
Vi uma linda amendoeira,
Bem no meio do caminho.
.
Como se ela me chamasse,
Embora não visse ninguém,
Pediu-me que eu poisasse,
Queria sentir o peso de alguém.
Cristina Maria Ivens-7-11-2016
1 comentário:
Lido com calma achamos um grande significado nesses versos. Gostei muito. Um forte abraço.
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