sábado, 31 de outubro de 2015

As marcas do tempo

















As marcas do tempo

Estava sentada à lareira
aquela pobre velhinha
com um lenço à cabeça
naquela velha cozinha.
Aquelas rugas na cara
aquelas marcas do tempo
era a velhinha da chuva
era a velhinha do vento.
Tremia, tremia tanto
que nem podia controlar
era a velha mais doce
que eu queria recordar.
Eu triste ficava
com aquela visão
beijava-lhe a cara
beijava-lhe a mão.
Foi-se deixando cair
sem nada poder fazer
era difícil dormir
ela não queria morrer.
E assim meu Deus
tive a sensação
vi a velha caída
estendida no chão.
Sua pele não brilhava
seus olhos não sorriam
era um corpo morto
sua alma partira.

Cristina Duarte


Sem comentários: