Encontrei uma menina,
Que caminhava sozinha,
Com os pezinhos a arrastar...
Mas um buraco no chão,
Fez-lhe dar um trambulhão,
E não se podia levantar.
Corri para a ajudar,
E vi que estava a chorar,
Com o rosto molhado...
Doeu-me tanto o coração,
Que ao dar-lhe a minha mão,
Meu corpo ficou gelado.
De lencinho à cabeça,
Marcada pelo sofrimento,
Disse para mim a sorrir,...
Deixe-me ao seu braço apoiar,
Porque me custa a andar,
E posso voltar a cair.
Ao reconhecer aquela voz,
Senti uma dor atroz,
Que me fez soluçar;
Pois quando eu era criancinha,
Tinha o rosto desta menina,
Que eu ajudei a levantar.
E no fim da caminhada,
Por não conseguir dizer nada,
Despedi-me a acenar;
Ela a sorrir com muita mágoa,
E com os olhos razos de água,
Também não conseguiu falar.
Cristina Maria Ivens-3-11-2016
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