Quando eu morrer passem por aqui,
abri este caminho em silencio
e preparei-o para vocês caminharem
sobre mim.
Eu não morri. Mergulhei num antigo
pantanal e construí este jardim
para vos sentir a cada momento
no subsolo, a cantarolarem com
apenas um sorriso, sem lágrima.
Não deixem morrer as flores,
são bocados de mim, levem-me
e embelezem os vossos interiores.
Libertarei amor eterno, saude, alegria
e paz..Serei uma boa alma.
No outono vou de férias mas, voltarei
na primavera, com prendas para todos,
novas flores.
Beijos da vossa Mãe
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
sábado, 30 de abril de 2016
quinta-feira, 28 de abril de 2016
Por amor
Por amor não se devia chorar
não devia doer, nem latejar
é uma dor sem prescrição
sem remédio ou salvação.
O amor dói sem se ver
quando acaba, deseja-se morrer
não se come, nem se quer beber
vira pássaro que não pode voar
o seu poleiro tem lençóis
não há flores, nem rouxinóis
não há azul, nem amarelo
tudo é preto, nada é belo.
Ressequido e já sem lágrimas
procura uma sombra fresca
uma água de côco, que hidrate o corpo
mas a dor fica na mesma.
Só mesmo o tempo, ah! esse senhor
faz milagres.
Custa a passar mas, quando passa
ficamos tão fortes e revigorados
prontos a ser amados.
Recompostos os minerais
surge um passarinho novo
vem com um bando de pardais
a dar as saudações,"Viva o amor meu povo".
A brisa que corre, trás consigo um novo pólen.
O amor próprio.
Se nos amar-mos a nós mesmos, não doamos
a qualquer um, o que nos faz realmente felizes.
O amor.
não devia doer, nem latejar
é uma dor sem prescrição
sem remédio ou salvação.
O amor dói sem se ver
quando acaba, deseja-se morrer
não se come, nem se quer beber
vira pássaro que não pode voar
o seu poleiro tem lençóis
não há flores, nem rouxinóis
não há azul, nem amarelo
tudo é preto, nada é belo.
Ressequido e já sem lágrimas
procura uma sombra fresca
uma água de côco, que hidrate o corpo
mas a dor fica na mesma.
Só mesmo o tempo, ah! esse senhor
faz milagres.
Custa a passar mas, quando passa
ficamos tão fortes e revigorados
prontos a ser amados.
Recompostos os minerais
surge um passarinho novo
vem com um bando de pardais
a dar as saudações,"Viva o amor meu povo".
A brisa que corre, trás consigo um novo pólen.
O amor próprio.
Se nos amar-mos a nós mesmos, não doamos
a qualquer um, o que nos faz realmente felizes.
O amor.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Digitações
Digitações
As poucas palavras que eu digito
são meros desabafos e suspiros
que se soltam entre os dedos aos gritos
sentimentos e afins que admiro.
são meros desabafos e suspiros
que se soltam entre os dedos aos gritos
sentimentos e afins que admiro.
Poucos sabem o que significa escrevinhar
mesmo contendo pouco conteúdo
esta estranha forma de salivar
é melhor do que simplesmente ficar mudo.
mesmo contendo pouco conteúdo
esta estranha forma de salivar
é melhor do que simplesmente ficar mudo.
Digitações em folhas de papel
esborratam e deixam tinta nas mãos
parecem passadeiras feitas com pincel
numa extensa estrada de alcatrão.
esborratam e deixam tinta nas mãos
parecem passadeiras feitas com pincel
numa extensa estrada de alcatrão.
Os dedos gritam por descanso
ainda a noite é uma criança
o tempo passa e me torna manso
pego na caneta e encho a pança.
ainda a noite é uma criança
o tempo passa e me torna manso
pego na caneta e encho a pança.
Tropeço e caio imensas vezes
em linhas tortas e quadriculadas
mas a escrita tem os seus reveses
os sentimentos chocam com as palavras.
em linhas tortas e quadriculadas
mas a escrita tem os seus reveses
os sentimentos chocam com as palavras.
Este amor pela minha caneta
já vem de Vénus e Plutão
fico a babar de tinta preta
limpo a boca ao mata borrão.
já vem de Vénus e Plutão
fico a babar de tinta preta
limpo a boca ao mata borrão.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
terça-feira, 26 de abril de 2016
A toda a hora, a todo o instante
A toda hora, a todo instante
procuro um sinal do teu ser
que me ensinou a ser amante
sapiente de todo o prazer.
Envia-me um sinal apenas
uma espuma de mar salgado
assim sei e ficarei serena
que o teu amor não me foi roubado.
As gaivotas não me dizem nada
só anunciam tempestade no mar
só vejo a praia isolada
e nenhum barco a navegar.
O azul que carrego em mim
é a cor da nossa paixão
mandei vir um arco íris assim
para tu me veres e dares a mão.
procuro um sinal do teu ser
que me ensinou a ser amante
sapiente de todo o prazer.
Envia-me um sinal apenas
uma espuma de mar salgado
assim sei e ficarei serena
que o teu amor não me foi roubado.
As gaivotas não me dizem nada
só anunciam tempestade no mar
só vejo a praia isolada
e nenhum barco a navegar.
O azul que carrego em mim
é a cor da nossa paixão
mandei vir um arco íris assim
para tu me veres e dares a mão.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
domingo, 24 de abril de 2016
Vestígios amargos
Foste tão importante na minha vida
um marco que ficará para sempre
uma tatuagem jamais sumida
feita com tinta permanente.
um marco que ficará para sempre
uma tatuagem jamais sumida
feita com tinta permanente.
Deixaste vestígios por tudo o que é canto
que é tão difícil eu te esquecer
parece um amor em lume brando
que não pára de arrefecer.
que é tão difícil eu te esquecer
parece um amor em lume brando
que não pára de arrefecer.
Saíste da minha vida
causaste-me tristeza e amargura
és a razão da minha magreza
o culminar da minha tortura.
causaste-me tristeza e amargura
és a razão da minha magreza
o culminar da minha tortura.
Atingi o pico do sofrimento
ando para aqui a vegetar
quero me libertar do teu pigmento
não sei o dissolvente que hei-de usar.
ando para aqui a vegetar
quero me libertar do teu pigmento
não sei o dissolvente que hei-de usar.
Vou tirar-te da minha memória
para não enlouquecer de vez
quero sentir o sabor da glória
com outra mulher, duas ou três.
para não enlouquecer de vez
quero sentir o sabor da glória
com outra mulher, duas ou três.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
terça-feira, 19 de abril de 2016
A mulher que eu mais amei
Almejei às estrelas e às searas germinadas
para levantar o corpo que se apagou
neste vale em sangue de espigas afiadas
choro em nome da mulher que mais me amou.
Aquela santa que se sacrificou pelo meu ser
jaz agora em mil lágrimas derramadas
aqui peço a ela para não me esquecer
de vir florir a minha alma devastada.
Entrei dentro dela de olhos fechados
fui o homem principal dos seus enredos
aninhei-me e deixei os seus órgãos apertados
que docemente me chamava de "Pedro."
Perdi a mulher, a luz dos meus olhos
fiquei sem as mãos para ler a minha sina
a saudade é tão grande, que vou fazer molhos
de searas em flor com o nome de "Cristina.".
Cristina Ivens Duarte
para levantar o corpo que se apagou
neste vale em sangue de espigas afiadas
choro em nome da mulher que mais me amou.
Aquela santa que se sacrificou pelo meu ser
jaz agora em mil lágrimas derramadas
aqui peço a ela para não me esquecer
de vir florir a minha alma devastada.
Entrei dentro dela de olhos fechados
fui o homem principal dos seus enredos
aninhei-me e deixei os seus órgãos apertados
que docemente me chamava de "Pedro."
Perdi a mulher, a luz dos meus olhos
fiquei sem as mãos para ler a minha sina
a saudade é tão grande, que vou fazer molhos
de searas em flor com o nome de "Cristina.".
Cristina Ivens Duarte
Nesse dia tive a certeza
Nesse dia eu tive a certeza
que não eras nenhuma quimera
quando no altar irradiaste beleza
e pestanejaste para confirmar quem eras.
Era o começo da nossa comunhão
o enxoval do nosso baú
no teu corpo em transformação
numa musa te transformaste, tu.
De grinalda e flores ao peito
iluminaste a igreja por dentro
como um anjo de corpo perfeito
poisaste e abraçaste o meu membro.
Duradoira foi a nossa união
que te emoldurei e vou honrar
para nossa contemplação
contigo voltaria a casar.
que não eras nenhuma quimera
quando no altar irradiaste beleza
e pestanejaste para confirmar quem eras.
Era o começo da nossa comunhão
o enxoval do nosso baú
numa musa te transformaste, tu.
De grinalda e flores ao peito
iluminaste a igreja por dentro
como um anjo de corpo perfeito
poisaste e abraçaste o meu membro.
Duradoira foi a nossa união
que te emoldurei e vou honrar
para nossa contemplação
contigo voltaria a casar.
Do meu tempo sei eu
Estacionei o meu corpo cansado
e sonhei com o baloiçar do tempo
fui parar a um mar já navegado
bem calmo, sem muito vento.
Entrei numa metamorfose
o meu metabolismo é lento
nem mesmo a osteoporose
me vai tirar do desalento.
Já me sinto ultrapassada
mil lebres passaram por mim
a minha fraca cilindrada
deixou o meu corpo assim.
Digam o que quiserem
mas do meu tempo sei eu
façam o que fizerem
em mim, mando eu.
Já lá vai o tempo
em que eu era submissa
nunca entrei para um convento
mas aprendi a rezar uma missa.
Deixem-me estar sem remos
ao sabor da linda maré
enquanto vamos e viemos
o tempo fica tal como é.
Só meu.
e sonhei com o baloiçar do tempo
fui parar a um mar já navegado
bem calmo, sem muito vento.
Entrei numa metamorfose
o meu metabolismo é lento
nem mesmo a osteoporose
me vai tirar do desalento.
Já me sinto ultrapassada
mil lebres passaram por mim
a minha fraca cilindrada
deixou o meu corpo assim.
Digam o que quiserem
mas do meu tempo sei eu
façam o que fizerem
em mim, mando eu.
Já lá vai o tempo
em que eu era submissa
nunca entrei para um convento
mas aprendi a rezar uma missa.
Deixem-me estar sem remos
ao sabor da linda maré
enquanto vamos e viemos
o tempo fica tal como é.
Só meu.
Cristina Maria Afonso Ivens…
domingo, 17 de abril de 2016
Que seria eu sem ti
Senti perder-te por um momento
nunca me senti como tal
tão triste foi esse sentimento
que o vivi de forma tão igual.
Sei o quanto estavas agonizado
sofrido com a tua enfermidade
mas eu endoideci com o teu estado
que perdi toda a minha sanidade.
Mas foi breve o teu adormecer
abriste as janelas dos teu olhos
ao perto de mim eu te queria ver
com o teu sorriso cheio de folhos.
Descansei o meu coração
por ficares na minha vida
tantos anos de união
como ficaria eu, senão perdida.
Que seria eu sem ti
o lado esquerdo da cama vazio
um destino que nunca previ
dormir ao relento num rio.
Estás de volta na minha vida
fez-se luz, fez-se chama
em açúcar dissolvida
sorvo-te na nossa cama.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
nunca me senti como tal
tão triste foi esse sentimento
que o vivi de forma tão igual.
Sei o quanto estavas agonizado
sofrido com a tua enfermidade
mas eu endoideci com o teu estado
que perdi toda a minha sanidade.
Mas foi breve o teu adormecer
abriste as janelas dos teu olhos
ao perto de mim eu te queria ver
com o teu sorriso cheio de folhos.
Descansei o meu coração
por ficares na minha vida
tantos anos de união
como ficaria eu, senão perdida.
Que seria eu sem ti
o lado esquerdo da cama vazio
um destino que nunca previ
dormir ao relento num rio.
Estás de volta na minha vida
fez-se luz, fez-se chama
em açúcar dissolvida
sorvo-te na nossa cama.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Nobre rosa
Nobre rosa que coabitas
em meu lar, que belo enfeito,
descansas, ou meditas,
estará teu ar rarefeito?
em meu lar, que belo enfeito,
descansas, ou meditas,
estará teu ar rarefeito?
Não é chuva nem é vento,
que tempestade virá,
diz-me qual é o tempo,
ou empurra o sol para cá.
que tempestade virá,
diz-me qual é o tempo,
ou empurra o sol para cá.
De que padeces minha rosa,
não desfolhes o teu corpo,
me pareces tão chorosa,
não morras, não quero outro.
não desfolhes o teu corpo,
me pareces tão chorosa,
não morras, não quero outro.
Ergue-te minha petiz
com teu caule e perfume,
percorre todo o meu nariz,
que eu não morro de ciume.
com teu caule e perfume,
percorre todo o meu nariz,
que eu não morro de ciume.
Há muito, muito tempo,
que eu não te via a chorar,
será de esgotamento ,
ou apenas o teu desfolhar?
que eu não te via a chorar,
será de esgotamento ,
ou apenas o teu desfolhar?
Não te dispas ainda,
que ficarei com saudade,
a primavera não finda,
e no verão já é tarde.
que ficarei com saudade,
a primavera não finda,
e no verão já é tarde.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
quinta-feira, 14 de abril de 2016
Um amor de verdade
Com uma varinha de condão
eu gostava de fazer magia
rodopiava a minha mão
tornava a tristeza em alegria.
Virava anjo para poder voar
admirar castelos e poisar
uma princesa eu queria ser
com um príncipe sonhava casar.
Era um sonho tornado realidade
inspirado nos livros de poesia
vem dos tempos da minha mocidade
em que eu lia, relia e relia.
São mil contos, mil histórias gravadas
com léguas e léguas de comprimento
com as minhas lágrimas, jamais lavadas
ou esquecidas com o sofrimento.
Esse amor na vida encontrei
o meu sonho virou realidade
não é príncipe, nem é rei
é um homem de verdade.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
eu gostava de fazer magia
rodopiava a minha mão
tornava a tristeza em alegria.
Virava anjo para poder voar
admirar castelos e poisar
uma princesa eu queria ser
com um príncipe sonhava casar.
Era um sonho tornado realidade
inspirado nos livros de poesia
vem dos tempos da minha mocidade
em que eu lia, relia e relia.
São mil contos, mil histórias gravadas
com léguas e léguas de comprimento
com as minhas lágrimas, jamais lavadas
ou esquecidas com o sofrimento.
Esse amor na vida encontrei
o meu sonho virou realidade
não é príncipe, nem é rei
é um homem de verdade.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
quarta-feira, 13 de abril de 2016
Dia do beijo
Como hoje é dia do beijo
beijo-te sem permissão
com ou sem desejo
te beijo com emoção.
Não há nada mais lindo
nada mais encantador
que os teus olhos sorrindo
depois de um beijo de amor.
Sempre foi e será
os mais lindos dos afectos
dois lábios unidos
dois corpos tão perto.
É no beijo que fica
o gosto do amor
e o corpo lubrifica
de tanto calor.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
beijo-te sem permissão
com ou sem desejo
te beijo com emoção.
Não há nada mais lindo
nada mais encantador
que os teus olhos sorrindo
depois de um beijo de amor.
Sempre foi e será
os mais lindos dos afectos
dois lábios unidos
dois corpos tão perto.
É no beijo que fica
o gosto do amor
e o corpo lubrifica
de tanto calor.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
Envelhecendo
O meu corpo envelheceu sem permissão
entrou no tempo, sem sequer bater à porta
não me abraçou, nem me quis dar a mão
agora sinto-me, velha, meia morta.
entrou no tempo, sem sequer bater à porta
não me abraçou, nem me quis dar a mão
agora sinto-me, velha, meia morta.
Vagueio triste, sem qualquer emoção
à procura do meu tempo perdido
perdi o andar, ausente de locomoção
coabito, em permanência comigo.
à procura do meu tempo perdido
perdi o andar, ausente de locomoção
coabito, em permanência comigo.
Um monólogo constante me enfarta
enfadonha, esta peça teatral
que me aborrece, dilui e me mata
queria ser o que eu era, tal e qual.
enfadonha, esta peça teatral
que me aborrece, dilui e me mata
queria ser o que eu era, tal e qual.
Levantava o mundo com as duas mãos
com grande arte e oficio
com a minha mente em comunhão
eu era apenas, fogo de artificio.
com grande arte e oficio
com a minha mente em comunhão
eu era apenas, fogo de artificio.
Cristina Ivens Duarte
domingo, 10 de abril de 2016
Quando a vida só quer tempero
Quando a vida só quer tempero
muita perícia e bastante domínio
na teoria com arte e zelo
não cais na rotina ou fascínio.
muita perícia e bastante domínio
na teoria com arte e zelo
não cais na rotina ou fascínio.
É ela que nos tempera e lubrifica
com especiarias e pouco sal
a nossa alma ela, nos purifica
em azeite amacia e não nos quer mal.
com especiarias e pouco sal
a nossa alma ela, nos purifica
em azeite amacia e não nos quer mal.
Bem vivida com legitimidade
confeitada com aroma a canela
é um convite à nossa intimidade
dá vontade de fazer amor com ela.
confeitada com aroma a canela
é um convite à nossa intimidade
dá vontade de fazer amor com ela.
É tão simples degustar cada momento
se tudo for cozinhado em lume brando
é só deixar ferver em pouco tempo
e mexer docemente de vez em quando.
se tudo for cozinhado em lume brando
é só deixar ferver em pouco tempo
e mexer docemente de vez em quando.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
Cinzas
Venho chorar as despedidas,
visitar a tua linda cruz
ao cemitério da minha vida,
no ar sou a tua luz.
Afogaste-te estupidamente,
na revolta e fúria do mar,
desapareceste assim de repente,
sem ter tempo sequer de te amar.
Sem ti não consigo viver,
quero seguir o teu rumo,
não sei como o conseguiste fazer,
com a ideia a ver se me acostumo.
Morrer sempre me assustou,
mas por ti perdia o medo,
o mar o teu corpo levou,
o meu levaria em segredo.
Se as sereias trouxessem o teu corpo,
de volta ao areal cinzento,
eu beijava o nosso amor morto
e metia-me pelo mar a dentro.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
sexta-feira, 8 de abril de 2016
O beijo
O beijo é dado devagarinho
a quem ama e gosta de amar
um beijo é mais que um carinho
de quem dá e gosta de lá ficar.
É como um bando de pardais à solta
sem rumo, nem hora para voltar
um encanto que deixa a cabeça tonta
de tantos passarinhos a voar.
Um dueto, dois nacos de carne
que se tocam numa braseira
assim que a fogueira arde
pode durar a noite inteira.
Manjar, sem talheres, nem guardanapo
limpa-se a boca um ao outro sem pudor
deixa corpo com nódoas feito farrapo
satisfeito sem sequer fazer amor.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
a quem ama e gosta de amar
um beijo é mais que um carinho
de quem dá e gosta de lá ficar.
É como um bando de pardais à solta
sem rumo, nem hora para voltar
um encanto que deixa a cabeça tonta
de tantos passarinhos a voar.
Um dueto, dois nacos de carne
que se tocam numa braseira
assim que a fogueira arde
pode durar a noite inteira.
Manjar, sem talheres, nem guardanapo
limpa-se a boca um ao outro sem pudor
deixa corpo com nódoas feito farrapo
satisfeito sem sequer fazer amor.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
Aonde pára a inspiração
Hoje falta-me a inspiração
sinto-me oca, vazia por dentro
só queria um pequeno empurrão
nem que fosse dado pelo vento.
É musgo que me atrapalha
escorrega e me faz tropeçar
na mente tudo embaralha
é novelo por tricotar.
Caiem malhas pelas agulhas
deixa o tear esburacado
picam na mente como fagulhas
por um tempo indeterminado.
É por aí que tudo se escapa
e me deixa a cabeça sem ideias
sem memórias parece que mata
feridas com mil centopéias.
Insecto nojento que me repugna
inunda o meu pensar de pesticida
arrasta-me com ele e me afunda
faz de minha inspiração sua comida.
Preciso de me desinfestar
e fugir deste arvoredo
quero asas para poder voar
e libertar-me deste medo.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
sinto-me oca, vazia por dentro
só queria um pequeno empurrão
nem que fosse dado pelo vento.
É musgo que me atrapalha
escorrega e me faz tropeçar
na mente tudo embaralha
é novelo por tricotar.
Caiem malhas pelas agulhas
deixa o tear esburacado
picam na mente como fagulhas
por um tempo indeterminado.
É por aí que tudo se escapa
e me deixa a cabeça sem ideias
sem memórias parece que mata
feridas com mil centopéias.
Insecto nojento que me repugna
inunda o meu pensar de pesticida
arrasta-me com ele e me afunda
faz de minha inspiração sua comida.
Preciso de me desinfestar
e fugir deste arvoredo
quero asas para poder voar
e libertar-me deste medo.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
quinta-feira, 7 de abril de 2016
Diário intimo
Em teu corpo faço um manuscrito
de palavras de amor a condizer
deixo o meu desejo circunscrito
encho a tua pele de prazer.
Alucino em teus chamamentos
que tremo com o teu esqueleto
vacilo com os teus movimentos
com guache de tom branco e preto.
Diário intimo com cheiro a rosas
caneta de penas e folha de pele
preencho as noites, com lindas prosas
até aos glúteos, feitos de papel..
Entretens-me com toda a glória
soando gritos de aleluia
para toda a vida, ficas na história
marcada em ti, esta luxúria.
Vestida em linhas, com frases de amor
serás sempre minha, confeitada por mim
em noites líricas de grande furor
sou o teu poeta, que te desnuda assim.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte.
.
de palavras de amor a condizer
deixo o meu desejo circunscrito
encho a tua pele de prazer.
Alucino em teus chamamentos
que tremo com o teu esqueleto
vacilo com os teus movimentos
com guache de tom branco e preto.
Diário intimo com cheiro a rosas
caneta de penas e folha de pele
preencho as noites, com lindas prosas
até aos glúteos, feitos de papel..
Entretens-me com toda a glória
soando gritos de aleluia
para toda a vida, ficas na história
marcada em ti, esta luxúria.
Vestida em linhas, com frases de amor
serás sempre minha, confeitada por mim
em noites líricas de grande furor
sou o teu poeta, que te desnuda assim.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte.
.
quarta-feira, 6 de abril de 2016
Ali Babá
Esperei por ti papá
para me contares uma história
queria ouvir Ali Babá
para me ficares na memória.
Eram três da madrugada
tomei o ultimo biberon
mudei a minha fralda
aconcheguei-me no edredon.
Porque não apareceste
eu já tinha tomado banhinho
nem sequer me adormeceste
nem me deste um beijinho.
Ainda tentei brincar
fingi que eu, eras tu
mas não sei como começar
sem aprender o : a, e, i, o ,u.
Aqui fiquei a soluçar
que ás tantas adormeci
nem se quer te ouvi chegar
do Ali Babá me esqueci.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
para me contares uma história
queria ouvir Ali Babá
para me ficares na memória.
Eram três da madrugada
tomei o ultimo biberon
mudei a minha fralda
aconcheguei-me no edredon.
Porque não apareceste
eu já tinha tomado banhinho
nem sequer me adormeceste
nem me deste um beijinho.
Ainda tentei brincar
fingi que eu, eras tu
mas não sei como começar
sem aprender o : a, e, i, o ,u.
Aqui fiquei a soluçar
que ás tantas adormeci
nem se quer te ouvi chegar
do Ali Babá me esqueci.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
terça-feira, 5 de abril de 2016
Charme
Charme
Brindei ao meu toque inconfundível
e deixo para trás o que me torna única
acessórios de mulher infalível
guardo o charme para tirar a minha túnica.
e deixo para trás o que me torna única
acessórios de mulher infalível
guardo o charme para tirar a minha túnica.
Teias costuradas enaltecem minhas pernas
pele aveludada sobressai em meu ser
passos de Cinderela em tons de cor de rosa
torno a meu quarto para o amor acontecer.
pele aveludada sobressai em meu ser
passos de Cinderela em tons de cor de rosa
torno a meu quarto para o amor acontecer.
Torneada de encantos e cheiro a sabonete
subo a escadaria com um musical a champanhe
borbulha por mim a cima um estranho perfume
percorre em meu sangue um lindo falsete.
subo a escadaria com um musical a champanhe
borbulha por mim a cima um estranho perfume
percorre em meu sangue um lindo falsete.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
segunda-feira, 4 de abril de 2016
Eu e tu
Só tu e eu é que sabemos
a áurea que paira em nós
não falamos nem escrevemos
é um adorno que não tem voz.
Miminho aqui, miminho ali
toques doces e olhares fatais
é tão lírico que nunca vi
tanto encanto que quero mais.
Perco-me no tempo contigo
não sei se é dia ou noite
sujeito-me a qualquer castigo
só quero que o amor me açoite.
Bate-me com a tua vergonha
marca-me com teu batom
sufoca-me com a tua fronha
manchada de cor marrom.
Confunde-me, baralha-me
mistura-me bem as cores
por fim, embala-me
anestesia-me de todas as dores.
a áurea que paira em nós
não falamos nem escrevemos
é um adorno que não tem voz.
Miminho aqui, miminho ali
toques doces e olhares fatais
é tão lírico que nunca vi
tanto encanto que quero mais.
Perco-me no tempo contigo
não sei se é dia ou noite
sujeito-me a qualquer castigo
só quero que o amor me açoite.
Bate-me com a tua vergonha
marca-me com teu batom
sufoca-me com a tua fronha
manchada de cor marrom.
Confunde-me, baralha-me
mistura-me bem as cores
por fim, embala-me
anestesia-me de todas as dores.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
domingo, 3 de abril de 2016
Ensinamentos
Ensinamentos
Vou-te ensinar a meditar
apagar teus sofrimentos
pores a alma no lugar
com alguns ensinamentos.
apagar teus sofrimentos
pores a alma no lugar
com alguns ensinamentos.
Encosta o teu ego ao meu
liberta o teu lado negativo
num vazio negro como breu
vais encontrar um motivo.
liberta o teu lado negativo
num vazio negro como breu
vais encontrar um motivo.
Na escuridão existe brilho
que nos inspira e dá razão
como um campo cheio de trigo
depois de colhido dá-nos o pão.
que nos inspira e dá razão
como um campo cheio de trigo
depois de colhido dá-nos o pão.
Há vai e vens nesta vida
que nos tira e torna a dar
mesmo que não sejas merecida
para alguém há-de sobrar.
que nos tira e torna a dar
mesmo que não sejas merecida
para alguém há-de sobrar.
Que seja para quem pecaste
uma forma de pedir perdão
é sinal que já amaste
noutra tua encarnação.
uma forma de pedir perdão
é sinal que já amaste
noutra tua encarnação.
Fica o teu corpo liberto
purificado das maldições
lavado com os manifestos
infringidos pelas tuas acções.
purificado das maldições
lavado com os manifestos
infringidos pelas tuas acções.
Dá-te como rendida e em paz
vais encontrar a salvação
na meditação levita e jaz
sossega o teu coração.
vais encontrar a salvação
na meditação levita e jaz
sossega o teu coração.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
sábado, 2 de abril de 2016
Cúmplices
Não me podes deixar agora
neste estado de embriaguez
no meu corpo marca a hora
do amor que a gente fez.
neste estado de embriaguez
no meu corpo marca a hora
do amor que a gente fez.
Noutra encarnação já te fitava
eras a minha cara metade
imaginava que te abraçava
para toda a eternidade.
eras a minha cara metade
imaginava que te abraçava
para toda a eternidade.
Tens o nome da minha morada
Aurora Das Flores Jardim
aquela mulher que passava
na minha rua, era para mim.
Aurora Das Flores Jardim
aquela mulher que passava
na minha rua, era para mim.
Não me deixes agora meu amor
minha cúmplice na troca de beijos
fica o meu corpo cravado de dor
contorcido de elevados desejos.
minha cúmplice na troca de beijos
fica o meu corpo cravado de dor
contorcido de elevados desejos.
Derreto como cera quente
se me despedaças o coração
não dilaceres o meu ventre
quero agora a comunhão.
se me despedaças o coração
não dilaceres o meu ventre
quero agora a comunhão.
Comunhão de bens
quero-te toda para mim
todo o corpo que tu tens
com principio, meio e fim.
quero-te toda para mim
todo o corpo que tu tens
com principio, meio e fim.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
sexta-feira, 1 de abril de 2016
Amor de verão
Este amor com cheiro a maresia,
ainda nos vai fazer sofrer,
o inverno espreita a qualquer dia,
escuta bem o que o mar está a dizer.
O amor de verão é passageiro,
o calor trás o desejo ao de cima,
como se fosse um mensageiro,
a ler a nossa própria sina.
Tu vais partir para o Outono,
eu vou esperar pelo inverno,
agora tudo é belo e morno,
mas vais conhecer o inferno.
Tu és do sul, eu sou do norte,
vai ficar o amor em cada ponta,
vamos partir com a pouca sorte,
e a nossa alma vai ficar rota.
Vamos deixar vazar a maré
e levar o nosso destino com ela,
ficar o amor tal como ele é
e dizer-te simplesmente como és bela.
Cristina Ivens Duarte
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