segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Se Te Perdesse

Se te perdesse, creio que morreria,
O perto se tornaria infinito,
Não te ter por mais um dia,
Eu morria...louvado seja dito.
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E mesmo morta cambaleava,
Como um zombi chorando,
Só mesmo crucificada,
Parava te procurando.
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Porém Jesus, o bom senhor,
Os meus pregos aliviava,
De encontro ao meu amor,
Enquanto o sangue derramava.
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E por breves instantes,
Eu via a tua pele luzidia,
Fundida em dores penetrantes,
Amava-te enquanto morria.
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Cristina Ivens Duarte-25/09/2017


domingo, 24 de setembro de 2017

Nunca fiz um poema

Não sou eu que estou a escrever,
 São as minhas mãos a plagiar,
 O som das ondas a bater,
E a sua boca a espumar.
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Minhas mãos, anjos dos meus tormentos,
Quando minha alma está omissiva,
Elas roubam dos meus pensamentos,
Minha poesia que está cativa.
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Presa entre nós na garganta,
Doendo por entre as costelas,
Minhas mãos são de uma santa,
Mas os poemas, são todos dela.
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Nunca na vida um poema fiz,
Revelo agora o meu segredo,
Fora a santa que sempre quis,
Usar o milagre do meu dedo.
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Cristina Ivens Duarte-24/09/2017





quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Pensando Bem

 Nesta vida cheia de portas, 
Por vezes batemos sistematicamente,
Mas agem como se estivessem mortas,
As pessoas que amamos, tão arduamente.
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Elas levam tanto tempo a responder,
Que a gente acaba por desistir,
O melhor mesmo é deixá-las morrer,
Do que continuar a bater, a persistir, a persistir.
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O vento leva as coisas ocas,
 De tão vazias que elas são,
Depressa esquecemos... das memórias loucas,
E ficamos à mercê das nossas mãos.
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Um dia porém estamos à janela,
A campainha toca, inesperadamente,
Já nem te lembras ...que pessoa é aquela,
E fechas-lhe a porta para sempre.
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Com o tempo a gente aprende,
A valorizar a nossa pessoa,
Cria em volta uma grande rede,
E prende quem nos magoa.
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Cristina Ivens Duarte-13/09/2017