sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Os Dias

Há dias que os dias não saõ dias,
São uma coisa qualquer,
São como vidas vazias,
Que nem dias têm sequer.
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O amanhã não interessa,
Se o dia vai ser igual...
E se passar bem depressa,
Não se vê no dia o que está mal.
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 O mal não está no dia,
Mas no mal que o dia faz,
E se o dia para mim sorria,
Fazia o dia andar para trás.
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Atrás do dia eu correria,
De manhã ao anoitecer, 
E os dias seriam dias,
Passados a correr.
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Cristina Ivens Duarte-14/08/2017





Um Corpo Nu

Um corpo nu, lácteo e sem defeito,
Delicado, escultural e feminino,
Imóvel, nu, sobre o seu peito,
É de uma pureza, algo divino.
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Um corpo nu, não carece de retoques,
É lindo de se ver...é um encanto,
Um clarão, uma chuva de choques,
Ah...como ele brilha tanto, tanto.
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Um corpo nu, nossos olhos incendeia,
É fogo farto... nas veias, inflama,
Tem a delicadeza da seda de uma teia,
Seja homem...ou seja dama.
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São mãos, seios e pernas,
Curvas sequiosas por malícias,
Que os olhos parecem lanternas,
Perante tamanhas delícias. 
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Cristina Ivens Duarte-18/08/2017

terça-feira, 22 de agosto de 2017

A Rosa

Escrevia de emoção forte, chorando,
Ao meu amor quase paradisíaco,
Uma rosa cai, cambaleando,
Senti a alma dele dentro do meu físico.
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Vi o meu amor, pelos meus olhos passar,
Lagos dentro do meu ser nasceram,
Ao pressentir a sua tumba levantar,
Meus versos naquele dia estremeceram.
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Como um sopro em cinzas dispersas,
As mãos geladas, com algum tremor,
Queria fundir-me com ele às pressas,
Apagar a saudade, sobretudo a dor.
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Eu bem tento, mas não consigo vencer,
Ainda me lembro do gosto do seu beijo,
E as rosas não param de chover,
Sempre que nos meus versos eu o vejo.
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Porém o meu amor por ele é tudo,
Na tumba...oh! Deus, como está sozinho!
Prá vida farei versos cheios de conteúdo,
E nas rosas ternos gestos de carinho.
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Cristina Ivens Duarte-22/08/2017