sexta-feira, 28 de abril de 2017

Os Três Males Da Vida

Os Três Males Da Vida
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Os três males da vida,
Responsáveis pela infelicidade,
É a «Ganancia» sem medida,
A «Vaidade» e a «Necessidade»
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«Ganância»
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Não escrupulosa ganância,
Que trazes a infelicidade,
Fazes o homem de importância,
Escravo sem necessidade.
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Muito mais quer apanhar,
Porque muito mais quer ter,
Esquecendo que vai deixar,
Cá tudo, quando morrer.
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«Vaidade»
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Pode não ter um tostão,
Ou até estar empenhado,
Mas vai todo fanfarrão,
Ao vizinho pedir emprestado.
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A vaidade, não deixa ter,
A ninguém nenhum valor,
Veste muito bem sem poder,
Querendo imitar o doutor.
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É a vaidade que faz,
A miséria engravatada,
Porque ninguém é capaz,
De dizer que não tem nada.
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«Necessidade»
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A necessidade é sofrimento,
Dos que não têm que comer,
Explora a cada momento,
Os que nela querem ter.
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E não faça confusão!
A necessidade é um perigo,
Não perdoa ao irmão,
E muito menos ao amigo.
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E não há nada a fazer,
Não pode ser corrigido,
Com estes males a correr,
O mundo está perdido.
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E não sendo nenhum igual,
Qual destes é o maior?
Destes três tipos de mal,
Qual deles é o pior?
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Cristina Ivens Duarte-28/04/2017

terça-feira, 25 de abril de 2017

Transparência

À luz do sol, ao fim da tarde,
O sentimento é forte, de pura emoção,
Contemplá-lo, é amor que arde,
É platónico, é transfusão.
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Em versos, trovas e melodias,
Me reporto aos sonhos desvanecidos,
E na cegueira das minhas fantasias,
Em amor e luz ficamos fundidos.
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Ora brilhamos, ora escurecemos,
Andamos nisto, num vai e vem,
Porém, só nós é que sabemos,
A cor que a nossa alma tem.
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Na genuinidade da minha transparência,
Cujo a vida me tem sido traiçoeira,
Transponho em versos a minha essência,
Com cheiro a flores de uma laranjeira.
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Cristina Ivens Duarte-25/04/2017


quarta-feira, 12 de abril de 2017

A minha ausência

A minha ausência tem sempre um significado,
Embora por vezes eu não diga a verdade,
É uma desculpa, um argumento inventado,
É uma fase, não é defeito ou maldade.
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Não estou aqui, nem ali, nem além,
Não estou capaz, nem sequer de falar,
Não quero ouvir, nem saber de ninguém,
A minha alma não está em nenhum lugar.
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Eu sou assim, de uma tremenda inconstância,
Como a temperança dos climas sazonais,
Que para uns, são de pouca importância, 
Mas para mim, são dilúvios existenciais.
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Um dia amo, outro dia odeio,
Estou em total descompensação,
Não penso, não sinto , nem creio,
Que no meu peito exista um coração.
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E então, ausento-me para me procurar,
A mim, e à minha esperança,
Que está constantemente a chorar
E tem o tamanho de uma criança.
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Cristina Ivens Duarte-12/04/2017

terça-feira, 4 de abril de 2017

Canoa Dos Meus Pensamentos

Canoa Dos Meus Pensamentos
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Da meia lua fiz uma canoa,
Enfeitei-a com estrelinhas,
Sem remos, sem velas, sem proa,
Com o pensamento, fiz as ondinhas.
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Fiz-me ao mar, à deriva,
Sem pensar, o quão seria trágico,
A noite tornou-se azul, como uma diva,
 Sentado na canoa...senti-me um mágico.
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O mar bailava como um lençol,
Flutuava tal e qual como o cetim,
No horizonte surgiu um lindo farol,
Fragmentos de estrelas caíam sobre mim.
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E então, choveram, choveram siscos
Pontinhos de luz no meu coração,
Eram as estrelas aos namoricos,
Saindo da minha varinha de condão.
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Cristina Maria Ivens Duarte-31-03-2017