Tivesse eu do firmamento mil véus bordados,
com fios de ouro e de prata, azuis claros e escuros,
como a noite e a luz da penumbra, estenderia-os a teus pés:
Caminhavas levemente sobre os meus sonhos e ficarias a saber
o quanto te amo.
Neles verias, as colheres de açúcar que os nossos beijos sorvem
o cacau a dissolver-se no palato das nossas bocas
o cacau a dissolver-se no palato das nossas bocas
deixando cair pelo teu peito tenebroso, um viscoso licor achocolatado.
Tivesse eu capacidade de te abocanhar de uma só vez, como uma leoa,
serias o meu alimento e saciarias a minha sede.
Romperia a tua pele como um cordeiro e aninhava-me numa costela
solta pelo meu desvaire e loucura.
Antes de ti, parece-me ter somente memórias a preto e branco
mas, quando vieste, trouxeste as estrelas contigo,
balões encarnados e bolhinhas de champanhe.
Antes de ti, parece-me ter somente memórias a preto e branco
mas, quando vieste, trouxeste as estrelas contigo,
balões encarnados e bolhinhas de champanhe.
Como vês, tu estás sempre nos meus sonhos, despido,
como um anjo, com as asas prontas para voar
mesmo dormindo, pedindo que te acorde e te chame de amor.